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Foto do escritorTech Crop Agronegócio Ltda.

Pesquisa agrícola inovadora: Trigo sequestra CO2 e impulsiona sustentabilidade no campo

Pesquisa revolucionária no meio agrícola revela que o trigo, um dos principais cultivos do mundo, mostrou-se uma poderosa ferramenta na luta contra as mudanças climáticas. Acompanhe o artigo para entender como essa revelação tem o potencial de transformar a forma como enxergamos a agricultura e sua relação com a sustentabilidade.



Um estudo conduzido pela Embrapa Trigo (RS) e a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) revelou informações importantes sobre o impacto da cultura do trigo na sustentabilidade agrícola.


Os cientistas descobriram que o trigo possui um potencial "descarbonizante", ou seja, que retém mais carbono no solo do que emite para a atmosfera. Durante o ciclo produtivo, o trigo absorveu um total de 7.540 kg de dióxido de carbono (CO2) por hectare da atmosfera, neutralizando as emissões dos períodos de pousio, nos quais não há plantas de cobertura do solo ou culturas geradoras de renda.


Esses resultados forneceram uma base de dados valiosa e ajudaram a definir parâmetros para otimizar o manejo das áreas agrícolas. A pesquisa teve como objetivo orientar os produtores sobre práticas mais eficientes para a retenção de carbono, visando um sistema de produção de grãos mais sustentável. A professora Débora Roberti, do departamento de Física da UFSM, explicou que o estudo traduziu algoritmos complexos em uma linguagem acessível ao produtor para que essas informações possam ser facilmente aplicadas na lavoura.

A descoberta é especialmente relevante no contexto brasileiro, uma vez que a agropecuária é uma das principais fontes de gases de efeito estufa no país, contribuindo com cerca de 27% das emissões. Dentro desse setor, a agricultura é responsável pela maior parte das emissões de CO2. Além disso, as mudanças no uso da terra, como desmatamentos e queimadas, afetam os reservatórios naturais de carbono, contribuindo para o aumento do efeito estufa.

Diante desse cenário, é essencial investir em tecnologias que promovam o sequestro de carbono, principalmente na atividade agrícola. A pesquisa demonstrou que a rotação de culturas, especialmente o cultivo de trigo, pode desempenhar um papel crucial nesse processo. O pesquisador Anderson Santi, da Embrapa, ressaltou que o trigo não apenas sequestra mais carbono da atmosfera do que emite, mas também identificou o pousio como um fator prejudicial para o sistema de produção de grãos. Em apenas 30 dias, o pousio foi responsável por emitir 27% de todo o carbono acumulado pelo trigo e pela soja em 11 meses de cultivo. Esses dados ressaltam a importância de alternativas para reduzir ou eliminar o pousio, como o uso de plantas de cobertura, culturas geradoras de renda ou produção de forragem.


Paulo Vargas, produtor que acompanhou o experimento em sua propriedade, a Fazenda Capão Grande, em Carazinho, RS, destacou que a pesquisa está contribuindo para mudar a percepção negativa em relação ao setor agropecuário. Ele acredita que os resultados demonstram os benefícios da rotação de culturas e da cobertura permanente do solo para o meio ambiente.

Os resultados obtidos com o trigo são apenas o começo dessa pesquisa. Genei Dalmago, pesquisador da Embrapa, acredita que outras culturas de outono e inverno, bem como plantas de cobertura, podem apresentar uma retenção ainda mais expressiva. Essas descobertas representam um avanço significativo no conhecimento sobre o potencial do trigo e de outras práticas agrícolas para a redução das emissões de CO2 e para a construção de um sistema agrícola mais sustentável.


Diante da urgência das questões relacionadas às mudanças climáticas, é fundamental que os produtores adotem práticas sustentáveis em suas propriedades. Os dados e informações gerados por pesquisas como essa são cruciais para embasar decisões e promover a implementação de medidas eficazes. Com um manejo adequado das áreas agrícolas, é possível contribuir para a redução das emissões de gases de efeito estufa, além de mitigar os impactos negativos no solo e no meio ambiente como um todo.

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